quinta-feira, 30 de abril de 2009

velha guarda, malta nova. só gente boa!


O projecto N.A.S.A (North America South America) é sem dúvida um dos mais bem sucedidos dos últimos tempos. Reúne artistas de vários estilos e gerações musicais bem distintos, de David Byrne a Kanye West passando por Tom Waits, Santogold e Seu Jorge. E, dada a riqueza desta união, também o som saiu particularmente agradável.
O projecto tem como criadores Squeak E. Clean e DJ Zegon (completamente desconhecidos por mim até à data) que deram origem a "The Spirit Of Apollo".

Vale a pena ouvir "Gifted", com Kanye West, Santogold e Lykke Li. Só gente boa!



domingo, 26 de abril de 2009

dançar ao som de loiras

Como diria o Breites, "parece fácil". Pop que nunca está esgotada. Viva os sintetizadores e os refrões que insistem em não nos sair dos ouvidos. Ao som de loiras...











quarta-feira, 22 de abril de 2009

quatro rapazes "estranhos" que não são nada estranhos. apenas muito bons


Austin, Texas. É de lá que vêm estes Strange Boys, com álbum editado este ano, intitulado The Strange Boys and Girls Club. Não é muito complicado defini-los. Gostam de fazer rock e fazem-no bem. "Estranhamente" bem, pensarão. É que o som não é novo, ao contrário dos recém-chegados Micachu, mas antes uma lufada de ar fresco (com sabor a antigo). Isso deve-se à forte inspiração de Bob Dylan, Beatles e Beach Boys - estava aqui um dia inteiro para citar todas as grandes bandas para lá da década de 70 - que fazem desta banda uma das boas surpresas deste ano (já bem recheado, diga-se de passagem).

O álbum, embora composto por 16 faixas, dura apenas 35 minutos. Ouve-se e depois quer-se ouvir. Aqui, recuamos até ao tempo em que começavam a aparecer cabelos compridos, drogas, sexo para tudo e todos. É bom imaginar que desde então as coisas podiam não ter mudado assim tanto. Mas paciência.



quinta-feira, 16 de abril de 2009

tudo está bem quando começa bem...

Após quatro meses de existência e menos de uma dúzia de músicas na bagagem, os soapbox conseguem vencer o concurso Super Bock Super Rock PRELOAD. Portanto, caros Depeche Mode, preparem-se, pois dia 11 de Julho vão ter lá quatro rapazes e uma rapariga (Vânia, das Bellenden Ker, que vai dar uma ajudinha) a abrir o Super Bock Super Rock no Porto.
Falta ainda uma palavra de agradecimento a todos os que votaram em nós. Esta vitória deve-se, em primeiro lugar, a quem nos conseguiu incluir no Top 20 das bandas do concurso. Agora, resta-nos provar que merecemos este prémio, que é o melhor incentivo para quem quer mostrar serviço.

Também já está disponível (mais ou menos, apenas por pedido) o Social Animals EP, o primeiro dos soapbox, integralmente gravado em casa.



Estejam atentos. Maio vai receber os soapbox ao vivo. Depois avisamos.


soapbox - Dont Come Too Soon.mp3 -

segunda-feira, 13 de abril de 2009

música de gente grande


Ora pois cabe-me a mim fazer o meu post debutante neste blog falando-vos de um álbum fresquinho e acabadinho de sair, de seu nome Begone Dull Care. A sua autoria pertence à dupla canadiana Junior Boys, que nos apresentam com o seu 3º LP de originais uma obra coerente e madura, recheada de ambientes electrónicos minimalistas à primeira audição, mas que, após uma escuta mais pormenorizada, revelam-se bem mais complexos e demonstrativos de um trabalho meticuloso. Confesso que pouco conhecia da música destes rapazes, mas foi após ouvir o single de apresentação de BDC - Hazel - a rodar na Radar, que fiquei extremamente curioso em descobrir o responsável por detrás daquela música tão contagiante.

Pois foi ainda antes de saber que Nuno Galopim dera 5/5 e a Pitchfork 7.5/10 a este álbum, que me deixei convencer com as suas linhas electrónicas, e as melodias recheadas de uma alma soul (perdoem a redundância), interpretadas pela voz de Jeremy Greenspan. Begone Dull Care conjuga pop elegante com uma electrónica minimalista e melancólica, umas pitadas de soul/disco/funk aqui e ali, tudo feito com uma atitude despretenciosa e agudamente certeira. O dançável single Hazel é claramente a música mais catchy do álbum e uma óbvia escolha para primeiro single, mas há ainda espaço para os Junior Boys surpreenderem o ouvinte com banjos electrónicos, baixos synth hipnotizantes, ritmos embaladores, e imensos sons e pormenores que se vão descobrindo a cada audição que passa.

Begone Dull Care é a banda sonora perfeita para um jantar a dois com vinho e lagosta ou para dançar no quarto enquanto nos vestimos de manhã para ir para o trabalho. Não é um álbum avassalador, mas são 50 minutos de excelente música, que vão direitinhos para o destaque do mês.






Dull To Pause - Junior Boys

domingo, 12 de abril de 2009

apreciar dissonâncias. não é fácil


Micachu & The Shapes. O trio vem de Londres e faz música que soa mal. Guitarras desafinadas, aspiradores e opções melódicas que não lembram ao Diabo fazem o som daqueles que são definidos por Mário Lopes (Ípsilon) como "únicos e são a sua geração". Desse artigo de 6ªfeira, 9 de Abril, vale a pena tirar um pouco que serve para demonstrar a fonte de inspiração da banda liderada por Mica Levi.

"Em 1930, aos 29 anos, Harry Partch pegou em todas as suas partituras, juntou-as num pote e ateou-lhes fogo. Nas décadas seguintes, criou um novo sistema de afinação e os instrumentos que lhe permitissem aplicá-la. Micachu adora-o: "Fez exactamente o que queria numa altura em que era quase insano fazê-lo". A principal inspiração é o exemplo: "Surpreende-me que existam tantos milhões de pessoas no mundo que não criem as suas próprias 'merdas'. Num certo sentido, é profundamente ilógico"."

O álbum Jewellery é uma daquelas criações que merece ficar na mesa de cabeceira o tempo suficiente até permitir que o absorvamos. Não é facil. Mas que merece, merece.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

malta simpática


Estes Vampire Weekend nunca me enganaram. Os primeiros toques ao vivo chegaram-me pelo telemóvel em directo da Casa da Música e por isso não pude faltar ao concerto no Alive. E não são tímidos. Perante umas centenas de pessoas, numa tenda poerenta e apinhada de gente, exibiram dois temas novos. Um deles, "White Sky", insistiu em não me sair da cabeça e, quase um ano depois, ei-lo ao vivo no Late Night with Jimmy Fallon. Os autores daquele que foi o melhor álbum do ano passado - repito - nunca me enganaram.


White Sky - Vampire Weekend


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fever in Sweden

Fever Ray é algo a não contornar. A sueca Karin Dreijer Andersson apresenta-nos um projecto a solo bastante competente, techno-pop do melhor que se tem feito. Uma sonoridade ainda assim não imediata, à excepção de "Fever", um dos grandes temas do álbum (e claramente o mais acessível).

"When I Grow Up" afigura-se como a grande aproximação à sonoridade de Santogold, sobretudo a nível vocal. Boa malha, esta.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

já cheira a Verão


The Asteroids Galaxy Tour. Dinamarqueses, com o álbum "Fruit" agendado para o próximo mês, dão largas à sonoridade pop e deixam-nos bem dispostos.
O single "Around The Bend" (utilizado num anúncio do iPod Nano) é um excelente mote para esta banda liderada pela engraçada Mette Lindberg.

domingo, 5 de abril de 2009

15 anos depois...


...fica-nos a música. Kurt Cobain, à semelhança de outros tantos génios, partia com muita música na bagagem, mas quem sabe outra tanta para dar. A forma enraivecida com que cantava caracterizava-o e distinguia-o. Não se esquecem "Smells Like Teen Spirit", "Come As You Are" ou "Lithium", entre outras tantas. Hoje, aqui, "Heart Shaped Box". Cobain e Nirvana no seu melhor.

p.s: se não fosse o El Mundo, nunca me teria passado pela cabeça. Que é feito da cultura neste país?


Heart Shaped Box - Nirvana

nostalgias

O Breites chama-lhes "Clássicos" (no Who's Playing At My House", da vizinhança). Eu cá gosto da nostalgia. E é esse o sentimento que fica quando oiço a senhora Debbie Harry a cantar "Heart Of Glass" (quando a música saiu ainda eu era um projecto em reavaliação).

Senhoras e senhores: Blondie!



quarta-feira, 1 de abril de 2009

The Phantom Band


Começaram por ser os NRA, depois Les Crazy Boyz, passando por Los Crayzee Boyz, ainda como Tower of Girls e tentaram ser Wooden Trees. Mas não. Acabaram (recomeçaram) por se auto-denominar banda fantasma. O resultado, porém, foi inesperado. Inesperado porque embora não conheça os projectos anteriores nem nunca ter ouvido falar deles, parece-me que uma banda que nos chega à sexta queda de pele já deve vir um pouco desgastada e muito pouco se poderá aproveitar. Ora, os Phantom Band obrigam-me a rejeitar essa ideia.

Basta ouvir a primeira música do álbum para perceber que este sexteto de Glasgow faz música a sério. E sabe o que faz (que às vezes é tão ou mais importante). Um rock directo com o tema no sintetizador, uma já mil-vezes-ouvida-linha-de-bateria (tu-tu-tá-tu-tu-tu-tá!), um baixo meramente melódico e uma guitarra nem por isso demasiado inventiva. Mas é demasiado bom para dizermos que não, para pormos de lado!
Chegamos então a Island, o grande tema deste álbum e seguramente uma das melhores faixas do ano. Ao todo com 8 minutos e 51 segundos, a música que tem como principais guias a guitarra e o coro de vozes é de encher o ouvido (não me importava de a ouvir numa Aula Magna, quem sabe).

"Checkmate Savage" (de 2009, editado pela Chemikal Underground) é realmente muito bom. Mas o facto de agora a banda querer seguir em frente com esta atitude e este nome faz com que valha ainda mais a pena. Muitas vezes, a biografia de uma banda é o elemento essencial para compreender a sua música (a faixa mais pequena tem 4 minutos e 11 segundos).

4/5 para estes Phantom Band!

Sonzinhos sintetizados, ritmos marados, às vezes não se percebe bem. Mas é só isso?



Há que ter muito cuidado quando se ouve Animal Collective, sobretudo o novo álbum, "Merriweather Post". Avançar com o ligeiro preconceito, como quem vai ver um filme de porrada, de que ali não se vai passar mais nada sem ser isso mesmo: porrada com bravura!
Os AC adoram enveredar por este caminho de sons cintilantes e por vezes desarranjados mas que resultam numa melodia peculiar. A sua melodia peculiar.

Eu não desgosto do mais recente álbum destes geniozinhos. Mas também não deliro com ele. Aquilo é difícil de comer, tem por vezes uns bocados que ficam entalados nos dentes e que irritam. Mas depois as partes tenrinhas que se desfazem na boca definem os AC. Chega, de resto, para ficarem associados ao melhor do que se faz dentro do seu estilo. E, no fundo, é muito boa música. Tão boa que já é inspiração quase total (a restante inspiração/copianço vem de Manuel Cruz) dos Aquaparque, banda portuguesa que tem em "Siga P'ra Bingo" o grande tema do álbum de 2009, entre outros. Mesmo assim, o resto são experiências só para mostrar que sabem mexer com as máquinas e fazer cenas maradas. E música?

Fazem os AC.