domingo, 26 de julho de 2009

Crying (Shame) Lightning



Ao 3º álbum, parece que os Arctic Monkeys enveredam por trilhos sonoros mais obscuros e menos imediatos; tem sido esta a opinião geral das primeiras reviews que vão pululando na internet acerca de Humbug, que estará nas prateleiras no final de Agosto.

Para já ficamos com o vídeo do primeiro single, "Crying Lightning". Pessoalmente, a nova música não me convence, apesar de já se notar o dedinho de Josh Homme (frontman dos Queens of The Stone Age) na produção - oiçam com atenção o solo de guitarra aos 2:34, e o baixo distorcido. Mas à primeira vista, este "Crying Lightning" é mais do mesmo, os rapazes de Sheffield apostam na mesma fórmula estrutural, lírica, melódica e harmónica de muitas músicas existentes nos 2 álbuns anteriores. Pergunto-me se editar 3 álbuns em 4 anos (sem contar com outros projectos paralelos, felizmente bem sucedidos, de Alex Turner) não terá o seu preço, e se Alex Turner e companhia não teriam feito melhor em tirar uma pausa (bem) maior para voltar em grande.

Sendo uma banda merecedora de um carinho especial aqui no estaminé, e protagonistas de um dos mais interessantes fenómenos culturais do nosso ainda jovem séc. XXI, cá ficarei a aguardar com expectativa a chegada de Humbug, na esperança de que lá dentro haja um bocadinho mais do que esta amostra inicial. Seria uma pena que tal não acontecesse.



segunda-feira, 13 de julho de 2009

como é estar do lado de lá:


Entrámos com a carrinha, pela primeira vez, pela porta das traseiras do estádio. Estacionámos a Mercedes Vito, atulhada de material e pronta a descarregar, seguindo com o olhar o cimento imponente do estádio do Bessa. Na altura, começava a libertar os primeiros sinais de nervosismo: impaciência, suores frios e uma boa dose de expectativa. Já sabia que não ia estar muita gente, mas isso não importa. Estar num palco dum estádio é algo insubstituível.

Começámos a pegar no material e agora entramos no recinto. Já se avistava o relvado, mas eis que surge uma enorme estrutura composta por estrados, ecrãs, algumas dezenas de amplificadores, apinhada de gente que nos vai ajudar a compor o palco. Afinal de conta, nós é que íamos abrir o Super Bock Super Rock. Subimos uma rampa e ... lá estávamos nós. Parecíamos crianças, a rir nervosamente como se acabássemos de abrir uma prenda com que toda a vida sonhámos, e agora não sabíamos como reagir. Senti-me pequeno, mesmo minúsculo, perante as bancadas e o relvado que se estendia por mais de 50 metros. Durante o line-check, pudemos conhecer a potência das dezenas de colunas que ladeavam o palco, fazendo o corpo estremecer à passagem de cada batida, cada loop.

Já passava das 18h quando entrámos no palco, os cinco, radiantes por podermos, pela primeira vez (de algumas, esperemos), impormos a nossa música com tal força, tal energia! Começámos com a Go John, triunfante para abrir o nosso set de 15 minutos. De seguida, Scissor Friends impôs uma força ainda maior, mais distorção, mais melodia: ainda é a nossa música mais bem sucedida. Com uma passagem mais rock através de On Your Behalf, decidimos concluir com Don't Come Too Soon, bem recebida pela massa humana que marcava presença junto às grades.

Passaram mais ou menos sete meses desde que tudo isto começou. Deram-nos quinze minutos para tocar, e aproveitámos ao máximo a oportunidade. Esperemos que seja o início de algo bom.

Muito bom!

terça-feira, 7 de julho de 2009

tesouros escondidos


Não sei como é que se passa convosco, mas a mim acontece-me, por vezes, apaixonar-me à primeira vista por um determinado artista ou banda, por ouvir um album uma vez e ficar imediatamente arrebatado pelo seu conteúdo.

Os Elbow chamaram-me à atenção por terem sido os (inesperados, para alguns) vencedores do Mercury Prize de 2008, deixando para trás adversários como os Radiohead, Burial ou os The Last Shadow Puppets, tudo nomes que cimavam as apostas para vencer. O álbum consagrado, de nome The Seldom Seen Kid, chegou-me aos ouvidos já decorria o ano de 2009. E muitas cabeçadas na parede considerei eu dar, por tanto demorar a descobrir a obra deste quinteto britânico.

Apesar de existirem desde 1990, os Elbow têm a particularidade do seu álbum de estreia datar de 2001, e desde então tem editados 4 LP's, com o último dos quais a arrecadar o prestigiante galardão que premeia o melhor artista britânico do ano corrente. E apesar de ainda estar a desbravar a discografia destes senhores, The Seldom Seen Kid conquistou-me à primeira audição. É um disco recheado de canções belíssimas, melodias marcantes e inteligentes, guiadas pela voz rouca e envolvente de Guy Garvey (Peter Gabriel vem imediatamente à cabeça). Faixa a faixa, vamos descobrindo um trabalho de produção fantástico, onde baixos sintetizados convivem lado a lado com guitarras acústicas, coros arrebatadores, ritmos embaladores e orquestrações épicas e imponentes. As melodias são lindíssimas sem serem óbvias, e o segredo passa por conseguir, de uma forma inteligente, equilibrar harmonias majestosas com uma simplicidade e sensibilidade únicas, tornando o som inovador e característico.

A música dos Elbow podia ser a banda sonora de uma vida, e eles conseguem-no sem atingir um sucesso comercial relevante. O que faz deles um autêntico tesouro a descobrir, coisa que recomendo vivamente.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

The Resistance


Muse na Mojo.

Entretanto, o alinhamento do álbum já foi dado a conhecer no twitter da banda inglesa. Ei-lo:

Uprising
Resistance
Undisclosed Desires
United States Of Eurasia (+Collateral Damage)
Guiding Light
Unnatural Selection
MK Ultra
I Belong To You (+Mon Coeur S'Ouvre A Ta Voix)
Exogenesis: Symphony Part I (Overture)
Exogenesis: Symphony Part II (Cross Pollination)
Exogenesis Part III (Redemption)

domingo, 5 de julho de 2009

welcome back!


Os Blur voltaram à acção em 2009. Entrando na recente moda da "reunião" - nalguns casos positiva, noutros absolutamente desnecessária - o quarteto britânico e seguramente uma das melhores bandas dos anos 90 fez as delícias de alguns milhares ao actuar no último dia do festival de Glastonbury, no Reino Unido, dia 28 de Junho.

Para marcar este seu (tão aguardado) regresso, a banda liderada por Damon Albarn - este tipo merece um post daqueles grandes - lançou uma colectânea com 25 faixas, uma compilação dos seus maiores sucessos. Este post serve, no entanto, de pretexto para divulgar um vídeo que só tive o prazer de conhecer há pouco tempo. A faixa, essa sim já era minha conhecida do álbum 13, de 1999, o último com a presença do enorme Graham Coxon, guitarrista da banda. Quando é que os tipos voltam a Portugal, isso não sei dizer. Mas já vai crescendo o formigueiro só de pensar que eles andam por aí, novamente.



sexta-feira, 3 de julho de 2009

Brooklyn nunca me enganou...


...nem vai enganar, por enquanto. Basta dizer que um dos álbuns a ter em conta este ano é Veckatimest, dos Grizzly Bear. Não sei se será do ar que se respira naquela zona de Nova Iorque, o certo é que este segundo registo se junta a Vampire Weekend (da banda com o mesmo nome) e Santogold (da artista agora chamada Santigold - estória para desenvolver noutro post), alguns dos projectos que mais me entusiasmaram nos últimos tempos.

A música dos Grizzly Bear não se afigura tão difícil de descodificar como a dos Animal Collective, mas não alcança o imediatismo dos Vampire Weekend ou MGMT. Apresentam-nos uma capacidade de fazer boas músicas, através de melodias por vezes rebuscadas, outras constituídas por progressões de acordes que não desapontariam os Beatles. Dá gosto ouvir música de um nível tão elevado, com meios (aparentemente) simples.

Veckatimest é, por isso, um dos álbuns que mais contriubuiu (até agora) para a qualidade da colheita musical de 2009.



While You Wait for the Others - Grizzly Bear