Estávamos em 2001. O meu pai entrou no carro e arremessou-me dois CD. Na altura, deve ter dito qualquer coisa do género: "mais tarde ainda hás-de dar muito valor a estes «disquinhos» que acabei de comprar". Tiro certeiro. Eis-me aqui, hoje, Dezembro de 2009, a falar de "Is This It" dos The Strokes. O outro era "White Blood Cells" dos White Stripes. Gaita, também me dará que falar.
Em 2001 o meu conhecimento musical, se é que há por aí uma definição do género, era ainda muito rudimentar - mesmo agora não me posso gabar de ter evoluído o suficiente. Ainda assim, se alguma coisa mudou desde então, agradecerei para todo o sempre aos The Strokes por me terem proporcionado esse abrir de ouvidos que hoje me permite discernir a música de outro modo. Vamos então à obra.
Se eu começar por dizer que "Is This It" é um conjunto de várias canções com personalidade própria, bem distinguidas entre si e em que o único ingrediente constante é a sonoridade (verão a seguir o que quer isto dizer), não estarei muito longe da verdade. Por outro lado, é um disco que relança o rock numa perspectiva mais indie, construído a partir da garagem e concebido para soar a rudimentar, mas que não tardou em ser alcançado pelos holofotes - nem podia ser doutra forma. Ah, a sonoridade.
Aquela bateria, que mais parece uma caixa de ritmos, mantém-se ao longo das 11 maravilhosas faixas que compõem o disco. Não há breaks apocalípticos mas isso também não seria desejável. Os The Strokes valem pela simplicidade. As guitarras, repartidas por Hammond Jr. e Nick, andam de mãos dadas - é essa uma das marcas do quinteto norte-americano. A competência dos dois permite-lhes trocar de posição entre guitarra-ritmo e solo. Quando não há esta diferença, e as duas guitarras oscilam entre harmonias quais cara-metade, tudo faz sentido. Sim, é também essa uma das grandes bandeiras do som dos Franz Ferdinand. O baixo, esse, é o penúltimo elemento a integrar este painel. Sem ele, os Strokes estariam reduzidos a cacos. No meio das brincadeiras dos registos mais agudos praticadas pelas guitarras, há sempre aquele elemento que nos ajuda a completar o puzzle sonoro, ajudando à resolução de cada acorde, cada nota.
Por último, aquela voz sempre abafada e distorcida de Julian Casablancas. The Man, poder-se-ia dizer. Já por mais que uma vez o João (aqui do W.Y.A.) referiu como lacuna o facto de os nova-iorquinos dispensarem segundas vozes. Pois eu acho que Casablancas chega para o serviço. O timbre e o carisma sempre trataram do assunto.
Simplicidade, uma vez mais, nas letras e na composição.
Resta-me, por fim, deixar aqui o alinhamento, destacando-se algumas faixas (*). Até podiam ser todas, mas há aquelas que insistem sempre em adiantar-se.
1- Is This It *
2- The Modern Age
3- Soma
4- Barely Legal *
5- Someday *
6- Alone, Together
7- Last Nite *
8- Hard To Explain *
9- New York City Cops *
10- Trying Your Luck
11- Take It Or Leave It
Em 2001 o meu conhecimento musical, se é que há por aí uma definição do género, era ainda muito rudimentar - mesmo agora não me posso gabar de ter evoluído o suficiente. Ainda assim, se alguma coisa mudou desde então, agradecerei para todo o sempre aos The Strokes por me terem proporcionado esse abrir de ouvidos que hoje me permite discernir a música de outro modo. Vamos então à obra.
Se eu começar por dizer que "Is This It" é um conjunto de várias canções com personalidade própria, bem distinguidas entre si e em que o único ingrediente constante é a sonoridade (verão a seguir o que quer isto dizer), não estarei muito longe da verdade. Por outro lado, é um disco que relança o rock numa perspectiva mais indie, construído a partir da garagem e concebido para soar a rudimentar, mas que não tardou em ser alcançado pelos holofotes - nem podia ser doutra forma. Ah, a sonoridade.
Aquela bateria, que mais parece uma caixa de ritmos, mantém-se ao longo das 11 maravilhosas faixas que compõem o disco. Não há breaks apocalípticos mas isso também não seria desejável. Os The Strokes valem pela simplicidade. As guitarras, repartidas por Hammond Jr. e Nick, andam de mãos dadas - é essa uma das marcas do quinteto norte-americano. A competência dos dois permite-lhes trocar de posição entre guitarra-ritmo e solo. Quando não há esta diferença, e as duas guitarras oscilam entre harmonias quais cara-metade, tudo faz sentido. Sim, é também essa uma das grandes bandeiras do som dos Franz Ferdinand. O baixo, esse, é o penúltimo elemento a integrar este painel. Sem ele, os Strokes estariam reduzidos a cacos. No meio das brincadeiras dos registos mais agudos praticadas pelas guitarras, há sempre aquele elemento que nos ajuda a completar o puzzle sonoro, ajudando à resolução de cada acorde, cada nota.
Por último, aquela voz sempre abafada e distorcida de Julian Casablancas. The Man, poder-se-ia dizer. Já por mais que uma vez o João (aqui do W.Y.A.) referiu como lacuna o facto de os nova-iorquinos dispensarem segundas vozes. Pois eu acho que Casablancas chega para o serviço. O timbre e o carisma sempre trataram do assunto.
Simplicidade, uma vez mais, nas letras e na composição.
Resta-me, por fim, deixar aqui o alinhamento, destacando-se algumas faixas (*). Até podiam ser todas, mas há aquelas que insistem sempre em adiantar-se.
1- Is This It *
2- The Modern Age
3- Soma
4- Barely Legal *
5- Someday *
6- Alone, Together
7- Last Nite *
8- Hard To Explain *
9- New York City Cops *
10- Trying Your Luck
11- Take It Or Leave It
1 comentário:
Para não falar na capa absolutamente fantástica!
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