quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"to me, it means «red-haired one» – and it does, vaguely"


Podíamos estar em plena apoteose de sintetizadores nos anos 80. Mas encontramo-nos em 2009. Elly Jackson e Ben Langmaid vêm de Inglaterra e parecem não se ralar muito com isso. Juntos, formam o projecto La Roux. A citação do título é de Jackson, a menina com um look que não é masculino nem feminino.

A música, essa, é bem feminina. Conta estórias de amores e desamores que geralmente encontramos em artistas MTV-pop. Mas os ingredientes são outros. O synthpop desta dupla, que ao vivo é um quarteto, rege-se por uma receita constante ao longo do álbum homónimo. Há que reconhecer que não se trata de uma obra-prima, este "La Roux". Mas também não é esse o objectivo - imagino eu. O resultado final é um disco repleto de canções de fácil penetração e entrenhamento auditivos, cozinhado à base de azeite e cebola. Isto traduz-se, em linguagem "synthpopiana", numa bateria digital cujo único objectivo é acompanhar os sintetizadores que devem lançar o mote, raramente representado uma mais-valia. Mas, repito, o objectivo não será esse, de acordo com a minha imaginação.

O disco resulta em algo despretensioso. Pouco ambicioso, mas que se come duma assentada só. Elly Jackson não é um rouxinol e muito menos uma escritora digna desse nome. Mas sabe para o que trabalha e é bem sucedida. Que mais poderíamos, então, pedir a estes La Roux?

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